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A dislexia no Brasil: Quais são os direitos e as novas perspectivas na educação?

Dec 23, 2021

A dislexia no Brasil ao longo dos anos foi categorizada como deficiência, sendo tratada com descaso pelas autoridades e instituições de ensino. Mas, nos últimos 10 anos novas propostas foram apresentadas trazendo com elas novas perspectivas.

"No entanto, será que as autoridades conseguirão ajudar plenamente as nossas crianças com dificuldade de aprendizagem?"

Neste artigo você saberá:

  • Como a dislexia é vista no mundo;
  • A visão sobre o dislexico no Brasil;
  • O que mudou com a lei 14.254/21;
  • Qual é seu papel como pai ou mãe de uma criança disléxica?
  • O que você pode fazer por seu filho?

Como a dislexia é vista no mundo

Quantas vezes você encontrou uma criança aparentemente inquieta, que fala muito e não consegue ficar parada - o famoso “menino maluquinho” - que não consegue estudar ou parar para ler um livro.

Pode ser que essa criança só esteja cheia de energia, mas, muitos pais, após investirem em terapia, escolas caras e cursos particulares, percebem que de “maluquinho” aquela criança não tem nada, mas sim, uma dificuldade real de aprendizagem: a dislexia.

A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, caracterizada pela dificuldade no reconhecimento das palavras, bem como sua decodificação e soletração.

Como todos sabemos, quando falamos de problemas relacionadas à dislexia, estamos nos referindo a todas aquelas dificuldades comuns aos disléxicos, que se manifestam em:

  • Velocidade de leitura;
  • Compreensão do texto;
  • Memorização;
  • Organização

Os sintomas são leitura lenta, troca de letras e palavras, especialmente com sons semelhantes, desorientação mental, erros constantes de ortografia, dificuldade em identificar esquerda e direita, dificuldade em estudar e memorizar nomes e fatos, e comportamento evitante em executar atividades que requerem leitura.

O questionamento sobre a dislexia se torna importante quando consideramos que ela pode limitar o desenvolvimento nos estudos e na carreira da pessoa.

Segundo os profissionais, em casos mais graves e preocupantes, podem levar à baixa autoestima e à depressão.

Para identificar possíveis sinais, devem ser observados seguintes suspeitas:

  • Trocas de letras, principalmente quando elas possuem sons parecidos, como ‘’f’ e ‘’v’’, ‘’b’’ e ‘’p’’, ‘’d’’ e ‘’t’’;
  • Lentidão na leitura;
  • Confundir palavras que soam parecido, como ‘’macarrão’’ e ‘’camarão’’;
  • Fala prejudicada;
  • Pular ou inverter sílabas e palavras na hora de ler ou escrever;
  • Erros constantes em ortografia;
  • Problemas para identificar esquerda e direita;
  • Dificuldade para estudar;
  • Dificuldade para lembrar nomes;
  • Pouco prazer e envolvimento com atividades que envolvem leitura;
  • Esquecimento frequente.

Dislexia não é uma palavra tão distante do nosso vocabulário, mas muitas pessoas não saberiam explicar com assertividade a sua definição.

Hoje, a grande maioria dos profissionais, no Brasil e no mundo, pensam que a dislexia é uma condição imutável do indivíduo e que, portanto, que essas dificuldades só podem ser "suavizadas" e "aliviadas", mas não resolvidas.

A visão sobre o disléxico no Brasil

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), a dislexia é o transtorno de maior incidência nas salas de aula e atinge entre 5% e 17% da população mundial, sem distinção de gênero, cultura ou classe social. No Brasil, cerca de 15 milhões de crianças e jovens têm dislexia que, infelizmente, vem com a carga de preconceito dentro das escolas.

As dificuldades, geralmente, são identificadas no colégio quando o aluno apresenta dispersão e dificuldade em copiar as atividades do livro ou do quadro, entre outros. Nesse estágio, começam a surgir “brincadeiras” dos colegas e a repreensão dos professores, assim, a cada dia, baixando mais a autoestima do jovem.

Rapidamente, muitos conseguem identificar a dislexia, outros levam um pouco mais de tempo. Já que, hoje, não há professores ou métodos especializados nas escolas para atendê-los e dar um diagnóstico precoce. Mas, apesar do conhecimento médico e do tratamento feito paralelamente à escola, a Lei brasileira para a área da educação não atende às suas necessidades.

Até 2015, alunos com dislexia eram atendidos pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), mas que não mencionava o Transtorno Específico de Aprendizagem (TEAp) - que inclui dislexia, discalculia e disortografia.

Então, as crianças com estes transtornos eram consideradas como deficientes, o que foge completamente da realidade, já que a dislexia é só uma maneira diferente de processar as informações.

Hoje, os TEAp finalmente ganharam espaço e reconhecimento na legislação brasileira...

No Brasil, até recentemente, não havia nenhuma lei que defendesse o direito dos disléxicos, fazendo com que a dislexia fosse categorizada como deficiência e, assim, enquadrada na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146 de 2015) - apesar desta não fazer nenhuma menção dos Transtornos Específicos de Aprendizagem.

No entanto, com a aprovação do novo Projeto de Lei 3517 de 2019 (que finalmente foi substituído pela Lei 14.254 de 2021) que prevê um programa de acompanhamento integral para alunos com dislexia, TDAH ou outro transtorno de aprendizagem, nas escolas de educação básica das redes pública e privada, com assistência específica de profissionais da rede de saúde.

É possível afirmar que a dislexia, que até pouco tempo atrás era encarada como uma deficiência, agora é finalmente definida como um transtorno de aprendizagem. Esse é o primeiro passo em direção ao reconhecimento da dislexia perante a legislação brasileira e às mudanças que esse reconhecimento eventualmente trará.

O que mudou com a lei 14.254/21?

O que antes era considerado deficiência, agora foi compreendido - que deficiência não é - com a chegada da lei 14.254/21, que trouxe uma nova perspectiva para os disléxicos e uma promessa de melhor atendimento para essa comunidade.

O Projeto de Lei 14.254/21 prevê um “programa de acompanhamento integral para educandos com dislexia, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou outro transtorno de aprendizagem, no âmbito das escolas da educação básica das redes pública e privada, com acompanhamento específico em parceria com profissionais da rede de saúde”.

A proposta também prevê um programa de formação de professores para que possam conhecer quais os sinais de TDAH e/ou Dislexia, para encaminhar os alunos que demonstram essa dificuldade a um diagnóstico precoce. Mas, infelizmente, essa formação provavelmente não será obrigatória.

Além disso, é previsto o desenvolvimento de guias para o apoio educacional, programa de capacitação para profissionais da saúde, que fazem parte da equipe multiprofissional para o acompanhamento especializado terapêutico em casos com o diagnóstico de TDAH e/ou Dislexia, entre outros.

Mas, na realidade, o que é previsto para os disléxicos com essa nova lei?

  • Tecnologia assistiva, ou seja, softwares que convertem texto em voz;
  • Professores especializados para identificar dificuldades que podem ser causadas pela dislexia;
  • Profissionais da saúde especializados para ajudar os alunos com essas dificuldades.

Mas, será que a resposta será positiva? Já que nenhuma dessas “soluções” incluem um método de leitura e estudo específico para os alunos disléxicos.

Se assim fosse seria um grande passo para a comunidade disléxica no Brasil...

Mas, quando se fala dos direitos dos disléxicos, infelizmente, o processo de execução dessas leis demora muito tempo a serem colocadas em prática.

Por exemplo, como foi o caso da lei n.º170/2010 na Itália, que em teoria prevê:

  • O direito à educação;
  • O PDP (Plano Didático Personalizado - personalizado e analisado pelo conselho de classe e aprovado junto com os pais);
  • Promover o sucesso acadêmico por meio de medidas de apoio;
  • Assegurar treinamento adequado;
  • Promover o desenvolvimento do potencial da criança;
  • Reduzir o desconforto relacional e emocional devido ao transtorno;
  • Adotar formas de avaliação adequadas às necessidades de formação dos alunos;
  • Preparar professores e conscientizar os pais sobre questões relacionadas aos transtornos de aprendizagem específicas;
  • Favorecer o diagnóstico precoce e a adoção de cursos educacionais de reabilitação;
  • Aumentar a comunicação entre a família, a escola e os serviços de saúde durante a educação e a formação;
  • Assegurar oportunidades iguais para o desenvolvimento de competências sociais e profissionais.

Mas, mesmo depois de terem se passado mais de 10 anos, a maioria dessas iniciativas continuam apenas no papel.

Então, você como pai e mãe, o que pode fazer enquanto não vê uma melhora nas redes pública e privada?

De fato, o método de ensino aplicado pela escola dificulta o aprendizado para os TEAp, já que as escolas oferecem somente um ensino padronizado.

Se o disléxico tivesse um método adequado à sua disposição desde a primeira série, ele poderia ler, compreender e estudar como qualquer outra pessoa.

Ele ainda teria sua grande imaginação, criatividade, visualização e habilidades especiais de resolução de problemas, que são características únicas nos disléxicos.

As escolas de hoje têm ferramentas compensatórias que podem ser úteis.

Mas o que acontecerá quando o disléxico não puder usá-las?

E o que acontecerá com seu filho quando ele ou ela tiver que enfrentar o mundo do trabalho?

É essencial resolver as dificuldades da dislexia o mais rápido possível.

Qual é seu papel como pai ou mãe de uma criança disléxica?

Agora que você está ciente de que as dificuldades da dislexia podem ser resolvidas, é hora de ser o guia para seu filho.

Isto não significa que, como pai, você tem que fazer as várias tarefas para seu filho... significa dar a seu filho a oportunidade de aprender os métodos e estratégias corretos para ser autônomo.

Porque a independência é o maior presente que os pais podem dar a seu filho.

Quem não gosta de ser independente?

Isto requer uma atitude positiva e sua total confiança.

Como pai, você não pode passar toda sua vida impedindo seu filho de experimentar os perigos dessa maravilhosa jornada chamada vida e resolvendo problemas para ele.

É mais frutífero, saudável e produtivo fazer seu filho entender isso:

  • Que você sempre acreditou nele e em seu potencial;
  • Que você o ama, independentemente do seu desempenho acadêmico;
  • Que há uma grande vantagem em lidar independentemente com tudo que lhe diz respeito, desde arrumar seu quarto até fazer seus deveres de casa;
  • Que ele tem todos os recursos e habilidades de que precisa para conseguir qualquer coisa;
  • Que é importante ter autoconfiança e acreditar em suas próprias habilidades, que por sinal, são extraordinárias.

O que você deve fazer por seu filho agora?

Você deve evitar qualquer coisa que compense as dificuldades e, em vez disso, avançar para a verdadeira solução.

Quando se trata de dislexia, a compensação não é a solução. Você precisa de um método adequado e que atenda às necessidades do disléxico na raiz.

Os disléxicos podem superar suas dificuldades em poucos meses, seguindo um método de aprendizagem dedicado a eles.

Por que estou tão segura do que estou dizendo? Porque sou disléxica e experimentei em primeira mão o que significa viver uma vida com dislexia.

Conheci muitos disléxicos que acreditavam não saber ler corretamente e não podiam estudar por conta própria. Eles carregaram o fardo da dislexia em suas vidas com sérias consequências.

Durante esta longa jornada descobri que a dislexia não é uma doença, não é uma deficiência... e nem mesmo um problema.

Uma vez plenamente consciente de seu potencial e de como aproveitar todas as suas habilidades, especialmente aquelas que o tornam único, você tem o poder de eliminar as dificuldades de leitura e compreensão que a dislexia traz.

É possível ter um futuro pleno: nós disléxicos podemos ter as mesmas oportunidades que outros e talvez mais.

Então, por que não tentar resolver essas dificuldades de uma vez por todas?

O Método DysWay é o método de leitura e compreensão para disléxicos criado por uma disléxica.

Com a DysWay, seu filho aprende a ler e estudar independentemente, para se concentrar mesmo em situações estressantes. Ele aprende a usar sua memória corretamente, a lembrar o que leu, organizando conceitos com facilidade.

Se você realmente quer ajudar seu filho a resolver dificuldades de leitura, compreensão e estudo relacionadas à dislexia...

Dê uma olhada aqui no curso gratuito "Conscientização sobre a Dislexia” para entender completamente quais são as dinâmicas que causam essas dificuldades e o que pode ser feito para resolvê-las.

Um grande abraço,
Cecília Cruz