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Albert Einstein era disléxico?

Nov 04, 2021

Esta é talvez uma das citações mais famosas de Albert Einstein, e é certamente aquela de que mais gosto.

“Todo mundo é um gênio. Mas, se você julgar um peixe por sua habilidade de subir em árvores, ele passará a vida inteira acreditando que é estúpido."

Pois antes de entender minha dislexia e aprender a tratá-la como um dom, passei metade da minha vida com a sensação absurda de ser um peixe fora d'água.

Hoje, gostaria de contar a vocês a história de Albert Einstein, um grande cientista, que apresentava sinais de dislexia e que tinha um boletim escolar "não muito apropriado".

Neste artigo você encontrará:

Biografia de Albert Einstein

O pequeno Albert começou a falar muito tarde - tanto que inicialmente a família ficou seriamente preocupada - e desde os primeiros anos de escola os professores até o definiram como "atrasado". Além disso, seu desempenho era medíocre, e assim permaneceu ao longo de seus estudos.

Isto não é uma lenda urbana: ele próprio confessou ao seu filho, que mais tarde o declarou publicamente, que tinha muito pouca memória e muitas dificuldades para escrever os textos e, este fato o acompanhou ao longo da sua vida. Mesmo quando já era um cientista, ele mantinha as tabuadas escritas no quadro de seu laboratório, porque ele nunca conseguiu memorizá-las. 

Em 1895, foi reprovado no vestibular do Politécnico de Zurique por insuficiência nas disciplinas literárias e por não ter estudado, e concluiu o ensino médio em Arau em 1896. Foi posteriormente admitido no Politécnico, onde completou a sua formação académica.

Einstein, começou a lecionar em Zurique em 1900 e a partir de 1905 sua carreira literalmente decolou. Naquele ano, formulou 5 importantes teorias, uma das quais foi a da Teoria da Relatividade.

A vida de Einstein depois daquele ano mudou drasticamente, levando-o até a receber o Prêmio Nobel de Física em 1922! Einstein, devido às perseguições raciais da Alemanha nazista, foi forçado a emigrar para os Estados Unidos em 1933, onde continuou a lecionar até o dia de sua morte em 1955.

Einstein e a escola

Einstein, de fato, manifestou os sinais de um Distúrbio Específico de Aprendizagem e em particular da dislexia. Fontes relatam que ele trocava de lugar e omitia letras, números e fórmulas na escrita, escrevia frases sem ordem e de fato durante seus estudos sempre obteve notas medíocres em assuntos literários.

A sua aversão ao sistema escolar é igualmente conhecida, tanto que a considerava “entediante e intimidante”.

Os seus professores reclamavam dele como aluno, dizendo que "chegava atrasado, não era sociável e estava sempre mergulhado nas suas fantasias absurdas". Em suma, o gênio mais famoso de 1900 foi o que hoje seria chamado de um verdadeiro "preguiçoso e desinteressado" na sala de aula!

Apesar disso, levante a mão se você acredita que Albert Einstein não foi um verdadeiro gênio indiscutível do século 20!

Na idade adulta, Albert explicou sua atitude criticando duramente o sistema escolar com as seguintes palavras:

“Às vezes, a escola é considerada simplesmente como a ferramenta para transferir o máximo de conhecimento para a nova geração. Mas, isso não é justo! O conhecimento está morto; a escola, por outro lado, serve aos vivos. Deve desenvolver nos jovens as qualidades e habilidades úteis para o bem-estar da comunidade”.

Este é exatamente o ponto: a qualidade das notas, o desempenho de um boletim escolar ou o "desejo" de ir à escola não são os parâmetros adequados para definir a inteligência das pessoas, mas sim, o amor pelo estudo e a sede pelo conhecimento -  isso é verdade tanto para disléxicos quanto para não disléxicos!

Esse desejo pode depender de muitos fatores! Vou te dar alguns exemplos:

  • Você ficaria feliz em ir para um lugar onde não possa fazer as coisas de maneira diferente, caso contrário, será penalizado?
  • Você gostaria de estar em um lugar onde uma de suas características (dislexia) se chamasse incapacidade?
  • Você gostaria que te chamassem de preguiçoso?

"Todos na aula vão rir de mim, porque tenho dificuldade em ler, interrompo, sou lento... Não sirvo para nada." Frequentemente, esse é o pensamento da criança ou jovem com dislexia.

Mas, ter dificuldades não significa não servir para nada!

Muitos acreditam que os disléxicos são "incapazes" em comparação com os outros - que têm algo a menos, que estão menos interessados ​​em aprender ou, pior ainda, são preguiçosos e indiferentes. A história de Einstein prova que para ser curioso, para ser um leitor ávido, não é preciso apresentar o boletim escolar! Foi a sua forma muito particular de resolver problemas e de ser um "sonhador" que o ajudou a tornar-se o maior cientista do mundo, certamente, não foram as suas notas!

Portanto, às vezes é suficiente enfrentar as situações de forma diferente, para atingir os objetivos importantes.

A dislexia ajuda a fazer isso: é uma lupa para ver as coisas de forma diferente e, se essa modalidade for potencializada, pode levar o aluno a descobrir coisas que os outros não veem, a amar a leitura e o conhecimento e a alcançar resultados extraordinários.

Se, ao contrário, essa característica é desprezada, a criança pode até passar a odiar a escola e a se subestimar, considerando-se um "peixe fora d'água" para o resto da vida.

Então vamos lá! Aprenda um método, não existe uma forma certa ou errada de fazer as coisas, não existe uma forma única de chegar à linha final!

Já repeti essas palavras para mim mesma milhares de vezes e no final, encontrei o meu método...  Alcancei os meus objetivos na escola e na vida e além disso... criei a DysWay. Hoje, ajudo outros disléxicos a transformar as "dificuldades" em uma força para atingir seus objetivos!

 

Cecília Cruz