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Dislexia e inteligência: O que significa ser inteligente?

Oct 22, 2021

Segundo a concepção antiga de 1900 pelo psicólogo Alfred Binet, a inteligência das pessoas é um fator unitário que pode ser medido por meio de testes que verificam o Quociente de Inteligência (QI). Sabe-se que nesse sentido a dislexia e a inteligência andam de mãos dadas, porque o QI das crianças disléxicas não é apenas perfeitamente normal, mas na maioria dos casos o QI dos disléxicos é significativamente maior! 

Então, por que esses alunos enfrentam tantas dificuldades no mundo escolar? No artigo, iremos responder a essa pergunta.

Howard Gardner, professor da Universidade Harvard em Massachusetts, teorizou um modelo diferente, em que a inteligência é articulada em subfatores diferenciados.

O que isso significa?

De acordo com Howard, que começou sua pesquisa na década de 1980 e ainda hoje a conduz, os indivíduos nunca são dotados de apenas "uma" inteligência. Em vez disso, as pessoas possuem "diferentes tipos de inteligência", que se misturam de várias maneiras para cumprir uma função ou executar uma tarefa.

 De acordo com Gardner, essas inteligências são pelo menos 7 e, se cada pessoa for ciente de suas inteligências mais fortes e mais fracas, elas podem usar as mais fortes para desenvolver ou compensar as mais fracas, criando uma mistura eficaz.

As 7 inteligências de Gardner

Vamos ver agora as 7 inteligências identificadas no modelo de inteligências múltiplas:

  • Inteligência lingüística

Permite aos indivíduos "interpretar o mundo", pensar e se comunicar sobre ele por meio de palavras e da linguagem. É o tipo de inteligência estimulada na escola com o método tradicional de ensino. 

  • Inteligência lógico-matemática

Quem tem esse tipo de inteligência, não apresenta dificuldade em pensar através de números e refletir sobre suas relações, fazendo um raciocínio muito longo e sendo capazes de lembrar os diferentes passos dos quais são compostos. 

  • Inteligência musical

Esta inteligência é caracterizada pela forte capacidade de reconhecer, reconstruir e compor peças musicais com base no tom, ritmo e timbre, esta capacidade está localizada no hemisfério direito do cérebro e está separada da inteligência linguística.

  • Inteligência visual-espacial 

Indivíduos que desenvolvem essa característica pensam por meio de imagens visuais, preferindo as artes visuais, com muita facilidade em ver os objetos de diferentes ângulos e perspectivas. Pensar com a inteligência espacial significa pensar em imagens e desenhos e ter o que costuma ser chamado de memória visual, por exemplo, um texto ou uma palavra é lembrada por sua localização na página do livro.

  • Inteligência corporal-cinestésica

Quem favorece essa inteligência experimenta, age e, principalmente, lembra o que é feito. Além disso, aqueles que têm essa característica apresentam alta sensibilidade tátil e apresentam coordenação e harmonia motora.

  • Inteligência interpessoal

É o que comumente se chama de habilidade de construir relacionamentos com outras pessoas. Essas pessoas costumam ser mediadoras de disputas, sabem como entender os outros, são muito boas em socializar e interagir.

  • Inteligência intrapessoal

Essa característica é desenvolvida em quem reflete sobre seus sentimentos, humores e estados mentais e envolve a capacidade de classificar e categorizar seus sentimentos. Essas pessoas têm um profundo senso de identidade, que os induz à meditação solitária.

Ao longo dos anos de estudo, Gardner acrescentou outras duas inteligências importantes, que são: a Inteligência Naturalística, que significa pensar sobre a natureza e o mundo que nos rodeia e a Inteligência Existencial, ou seja, pensar sobre questões éticas e existenciais.

As repercussões da teoria... nas escolas

 A teoria das inteligências múltiplas infelizmente não foi usada no meio acadêmico e ainda há muitos questionamentos sobre ela, mesmo que tenha recebido muitos feedbacks positivos nos campos educacional e escolar. 

Na verdade, a predisposição do indivíduo a uma ou mais dessas inteligências constitui uma indicação da forma específica e privilegiada de como cada pessoa aprende.

Por exemplo, é possível que um aluno tenha uma inteligência viso-espacial muito desenvolvida, talvez em desvantagem do fator verbal-linguístico. Mas, ter essa informação é muito importante para escola e para os professores, pois constitui um verdadeiro manual para o treinamento e uma garantia de sucesso para o aluno e para o sistema.

Infelizmente, hoje, na escola brasileira, é adotado um método que aprimora as formas lógico-matemáticas e linguísticas da inteligência. O resultado é que aqueles que possuem raciocínio lógico e habilidades linguísticas são considerados "melhores alunos" em comparação com aqueles que possuem formas diferentes de inteligência, mas não menos importantes do que as outras.

Partindo da consciência de que existe mais de um tipo de inteligência, buscar atividades e exercícios didáticos que variam e que abrangem todas as "inteligências" dos alunos seria uma vantagem para os alunos e para todo o sistema escolar, sem necessariamente exigir que o professor conheça a forma exata de inteligência de cada indivíduo.

Desta forma, a atividade em sala de aula envolveria plenamente as inteligências mais desenvolvidas de cada aluno. Isso vale ainda mais com os alunos que têm distúrbios específicos de aprendizagem, como a dislexia! Dar a uma criança disléxica a oportunidade de pensar em imagens em vez de palavras mudaria drasticamente o desempenho e a vida de muitos alunos e simplificaria muito a vida de toda a turma e do professor!

Além disso, a teoria de Gardner apóia a hipótese de que a dislexia não é absolutamente uma doença, que os disléxicos têm um QI absolutamente normal ou superior, e que todos os distúrbios específicos de aprendizagem são características que afetam apenas a maneira de aprender e nada tem a ver com a inteligência do indivíduo.

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Cecília Cruz