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Professores: Aliados ou inimigos?

Dec 13, 2021

Para os disléxicos, os professores podem ser aliados extraordinários ou inimigos terríveis.

A escola deveria ser um ambiente protegido e acolhedor, um lugar onde cada aluno possa se expressar e aumentar suas potencialidades. Mas, infelizmente, para os disléxicos esse nem sempre é o caso.

Dentro da escola, os disléxicos têm uma vida difícil, especialmente se a instituição e os professores têm uma visão distorcida da dislexia. E isso acontece na maioria das escolas brasileiras.

Como você pode lidar com esse tipo de situação? Vou te explicar passo a passo.

Professores inimigos: Como identificá-los?

As frases típicas de professores inimigos são: "Seu filho é preguiçoso", "Seu filho é inteligente, mas não se aplica", "Seu filho está muito distraído". Quando um professor começa com essa suposição, realmente começa com o pé errado, e a vida escolar para você e seu filho será difícil.

Mas esse não é o único problema. Muitas vezes, os professores simplesmente ignoram alunos disléxicos. E essa também é uma atitude perigosa, porque o aluno é privado da oportunidade de aprender e crescer como todo mundo.

Preste atenção aos sinais negativos vindos da escola.

Existem tantas pistas que você pode obter como pai ou mãe para saber como os professores lidam com a dislexia. Apenas preste atenção às histórias de seu filho sobre a escola ou escute o que os professores dizem nas reuniões, tentando cavar além da superfície. Frequentemente, nas entrelinhas, você pode captar sinais negativos.

Na verdade, os professores podem ser perigosos em dois casos principais.

  • Professores julgadores: Eles acham que seu filho tem má fé, que não se esforça o suficiente porque não tem boa vontade. Eles se esforçam para dificultar a vida dele, envergonhá-lo na frente da sala de aula e não têm problemas em expressar as suas opiniões negativas sobre ele nas reuniões com os pais.
  • Professores limitadores: Eles não julgam seu filho como preguiçoso, mas o rotulam como uma causa perdida. Eles não se enfurecem com ele, mas, ao mesmo tempo, não fazem nada para ajudá-lo. Eles simplesmente não acreditam em suas capacidades… São eles que, durante as reuniões, desistem do aluno, dizendo: "Para ele, não tem muito o que fazer".

Preconceitos sobre dislexia na escola

O sistema escolar reconhece a dislexia como um transtorno específico de aprendizagem, mas geralmente não faz nada para os alunos disléxicos além da burocracia comum.

O verdadeiro problema está na mentalidade dos professores e dirigentes escolares.

Infelizmente, sei por experiência própria que muitos professores têm preconceitos e crenças negativas sobre os disléxicos.

Do ponto de vista do professor, as crianças disléxicas não são "materiais úteis" para o seu trabalho e, muitas vezes, acreditam que ter disléxicos na sala de aula desacelera sua programação de ensino.

Outros professores, embora não tenham uma opinião ultra-negativa sobre os disléxicos, ainda mantêm o preconceito de que a dislexia é um limite, algo insuperável que inevitavelmente transforma o aluno numa espécie de deficiente.

Em suma, em ambos os casos, a escola será a inimiga de seu filho.

Os limites estão na escola, não em seu filho

Outro aspecto que quero esclarecer é este: bons ou maus professores, a escola não pode ajudar o aluno disléxico a superar as dificuldades ligadas à dislexia.

Esta frase deve ser fixada em caracteres GRANDES na cabeça dos pais.

Então, mesmo que seu filho tenha a sorte de encontrar professores iluminados e comprometidos com a inclusão, saiba que não é na escola que seu filho pode resolver as dificuldades de ler e compreender pela raiz.

A escola não consegue ajudar, porque o método de leitura que usam não é adequado para o sistema perceptivo e de raciocínio dos disléxicos.

Porém, como vimos, os disléxicos precisam de um método de leitura específico para eles: ao contrário, eles não aprenderão a ler!

Dito isso, como pai ou mãe, você deve compreender o que você pode esperar e o que não é da escola.

Professores aliados, como eles se comportam

Professores aliados são aqueles que não têm preconceito sobre dislexia; eles reconhecem o valor e os talentos dos disléxicos. São aqueles professores que sabem que não podem eliminar a dislexia dos alunos, mas fazem sua parte para envolver e valorizar as crianças disléxicas.

Por exemplo, os métodos de ensino variam, estimulam a criatividade e a liberdade de expressão, trabalham com a turma para torná-la um grupo unido, que respeita a diversidade e é capaz de trabalhar em equipe.

Um bom professor não se limita a colocar o Plano de Estudo Personalizado em prática ou usar ferramentas compensatórias.

Além disso, um professor aliado colabora com a família e oferece apoio aos pais dos disléxicos, com atitude positiva e adaptativa.

Conheci alguns professores assim, mas infelizmente são a minoria. E é por isso que os alunos disléxicos costumam ficar muito estressados, ansiosos e desmotivados em relação à escola.

O que os pais devem fazer?

O papel dos pais é fundamental para o bem-estar das crianças disléxicas.

Existem 3 coisas que todo pai deve definitivamente fazer:

  • Não lute contra a escola
    A escola não mudará e nem os professores mudarão de um dia para o outro. Portanto, ir contra a escola é inútil. É compreensível que, como pais, você queira proteger seu filho e defender suas razões. Mas, uma atitude hostil com os professores só piora a situação do seu filho na sala de aula.
  • Encontrando uma escola positiva em relação a dislexia
    A coisa mais sensata a fazer é colocar seu filho em uma escola que adote uma atitude positiva e inclusiva em relação aos alunos disléxicos. Converse com os responsáveis da escola antes de escolher.
  • Resolver as dificuldades ligadas à dislexia com um profissional
    As dificuldades de leitura e compreensão não podem ser um obstáculo para toda a vida. Portanto, é fundamental contar com um profissional que possa resolver essas dificuldades pela raiz, com um método de leitura e compreensão para os disléxicos. Não há alternativas: só assim é possível garantir a autonomia do seu filho na leitura, no estudo e em todas as áreas da vida.

Recomendo que você implemente essas estratégias para melhorar a sua vida diária e a de seu filho.

Cecília Cruz

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